Elzana Mattos

Gotas Acesas -  que jorram infinitamente...do meu ser!

Textos


                                       lavra

Eis que na lavra dos meus pensamentos, extraí pedras preciosas.
Eis que no pulsar da manhã que acorda, sentimentos brotaram,
Pedriscos, pedregulhos, farelos d'alma, areia na peneira, e sotaques.
No escavar diário da lida do dia a dia, jorraram partículas, ínfimas,
Que exoram a força da natureza que anuncia:
Poesia e gotas salpicadas de encantos, na aurora que entrecorta,
Que me entorpece valente, ao rememorar detalhes, e cortes,
Fortes imagens... de extremos vividos pelo homem,
Da má sorte, de muitos mineiros.
Que em par em par, na textura breve das paredes do tempo,
Istalavam-se em bandos... a perscrutar, o inusitado,
Galerias profundas, gargantas vivas, que se fulguram,
No descompassar frenético de ilusões e escolhas,
Reluzente agora, recortando paredes e, invadindo lençóis,
Quebrando o silêncio... de enigmas abissais que se misturam,
Por vezes, esplendorosos, no revés,
De fissuras e calcificações dos próprios medos,
Incontido diria, talvez, na proporção exata, do que foram,
E construíram, ao longo da jornada descobridora:
Lavrar, escavar, descobrir, e se abrir,
Como chuva fina, numa noite esplendorosa,
Ao orvalhar da lua... menina,
No negrume intempestivo que se instala, e reflete,
No lampião carcomido, aceso da hora,
Quebrar, riscos de esperanças... em desvelo,
Que lhe faz companhia, abrigo temporário, inexorável,
Todos os dias... nas grutas e galerias do medo!
Porém, inebriado estou, agora, pronto:
Ao contemplar tamanha preciosidades e belezas,
Que se extraem... das frestas e fissuras das entranhas da terra,
A iluminar e enfeitar de diamante...,
O colo da moça bonita do patrão,
Em adorno ímpar, secular,
Que comporta, e abre, em flor em flor,
Beleza rara em forma de amor:
A terra, à luz e à vida,
Que reluz e brota... gentilmente,
No reflexo amargo, por vezes, do tempo...
Que escorre, mansamente e, passa... como tudo.
E, se mistura na imensidão dos céus de sentimentos,
Amores, perdidos... que ora, sepultados à revelia...
Em segredo... nas duras minas!






Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 24/03/2011
Alterado em 08/07/2011
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