Elzana Mattos

Gotas Acesas -  que jorram infinitamente...do meu ser!

Textos




Num ponto qualquer na parada da estação do trem
    Encontrei você apressada na hora do rush.
Tua voz macia logo sintonizei e o olhar sereno...
          Levemente reportei...
   A tempos idos que não voltam mais,
Você com seu corpo delgado, cintura fina,
                 E olhos de menina.
                      Tua boca rosa carmim... 
                             E tua pele cheirava alecrim.

           Lembrei-me dos amassos no portão,
     Do suor que respingava no meu corpo,
                 Molhando-me por inteiro,
                    Num afã muito louco...
    Por entre gritinhos frenéticos e sussurros.

   Mas, o tempo passou...
           E você nem percebeu,
                 Ficamos diferentes,
                       Ausentes e mais tristes.

O corpo definhado,
           Os olhos marejados,
                A vista embaçada...
                           E a tez muito pálida.

Porém reconheci, o corpo que era dela...
          Que ficava debruçada na janela
                         Esperando por mim.

    Os olhos também, eram dela,
      Que fitavam-me com paixão...
                  A voz, bem, a voz era a mesma,
                          Timbre suave e canto de sereia.

A menina virou mulher...
Encontrei a minha namorada...
       Que também não era mais...
                           Minha namorada...

Mas, a lembrança morreu... em meus braços,
        Diante dos trilhos que o trem levou;
                     levou a saudade...
                           levou a serenidade...
                                     E a candura se foi...

Agora restou, só o tempo...
                 Cruel de nossas vidas,
                     Que sem medida passou... 
                                   E não nos deu conta.

        Do que perdemos e não nos coube, a saber...
E da vida viver...em branças nuvens... de lembranças!

Ah, o tempo...só o tempo...não era dela,
                 Não era nosso!
      Passou como um trem veloz,
              Em trilhos de desesperança...
                         Que nos alcançou...
                              Indubitavelmente!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 08/04/2011
Alterado em 08/07/2011
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