Vaquinha Malhada...
Vaca malhada que fica na beira - da estrada,
Vaca malhada que fica no mato - comendo capim,
Vaca malhada que fica escondida na mata - sem fim,
Vaca malhada que fica sozinha - longe de mim!
EITA, Vaca malhada...
Que foge do homem,
Que foge do bicho,
Que foge do nada!
EITA, Vaca malhada,
Que se finge de santa,
E que a Virgem lá dos céus - abençoou,
E por um milagre - na procissão,
A fome - não matou!
Ah, minha vaquinha malhadinha...
De lista preta e branca,
De chifre pontudo...
De tetas grandes!
Ah, Vaquinha Bendita!
Do leite sagrado,
Na cama disputa.
Vem vaquinha trigueira,
Enche-me de mimos...
E prende-me,
Em seu laço dengoso,
Escorre-me em segredos...
No malho da vida!
Vaquinha malhada – passou,
Vaquinha malhada – endoideceu
Viveu de saudades - morreu
Na estrada da vida...
Envelheceu
Em si mesmo
Sem luxo
Sem nada
Na beira
Da estrada
M a l d i t a!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 26/05/2011
Alterado em 08/07/2011