Oh dia cinzento de mórbida e crua saudade!
Que ficou na imagem do moço velho,
Que partiu tão cedo de casa no lenho,
Cismando coragem para viver mocidade!
Oh dia cruel! Perdido... sem sentidos a ermo,
Manchado como fel escorrendo que fere e exorta,
Ao sentir medo nos abismos n'alma que o comporta,
Tresloucado em duras penas! Corrompidos a termo!
Oh solidão! Do pobre moço velho que esmaeceu,
Viveu em claustro; sofreu nas ruas; em petição!
Caiu em prantos na sarjeta do gueto! Morreu...
Pobre homem! Se foi com ave ligeira ao pousar,
Submergiu na dor incauta ao suportar...
No teu abrigo corpóreo... E da vida nada levar!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 27/05/2011
Alterado em 29/10/2011