Sou raça, orgulho e omissão...
Sou fêmea feita p'ra viver na ilusão;
Sou a face cruel duma sociedade...
Sou o grito abafado desta insanidade!
Onde seres se reúnem oprimidos...
Nas ruas e becos dos exilados...
Somos a parte frágil que desmonta;
Num escárnio pertinaz que violenta!
Fomos feitos do mesmo sangue...
Respiramos, o mesmo ar, mortal...
Vivendo sob uma esfera, desigual!
Que raça é esta, afinal, que segue?
Comendo vidro; catando lixo venal...
Sem escolha, ou coisa e tal, tudo igual!