O Acaso
O acaso me confudiu intempestivo,
Estrelas mornas desenham o céu.
Riscos soltos, vagam intrépidos.
Gélidos murmúrios de sangue púrpuro,
Escorrem lentamente do meu colo.
Começo a suar e derreter em brasas,
Não consigo flutuar...
Há mormaços, muralhas, abismos,
Brotando fragmentos e lembranças perdidas
No arrebol crepuscular que se figuram.
O acaso me prendeu na téia do tempo,
Desesperançando meu coração em tédio.
Fio entrecortado, pulsante,
De imagens espasmadas,
Na rajada do vento que exlode.
E aí, o pulsar, se espanta e foge...
Tenho medo das palavras,
do homem,
da flor,
do guia...
E o acaso, agora, se confunde:
Demarca, amargor e rebeldia,
Tensos - escabrosos - anos,
Semi-vividos, eu creio,
Em desalinho...
No descompassar
Universal
Que gira
Sem parar
sufoca
suplanta
subjulga
Condição - espectro
Involuntário,
De homem,
Que atravessa...
Se acaba.
Exala,
E se encontra,
No turbilhão da hora,
Que evade simplesmente,
Na escala semiviva da cinsciência,
Que exila rastros e restos de mim...
Criatura insípida - inumano!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 11/10/2010
Alterado em 08/07/2011