Grito
O som atravessa as parede do meu quarto
Um barulho ensurdecedor,
Entrecorta, me agride
Começo a expirar sufoco.
O titilar das cordas do tempo
Balaçam as frestas da janela
Fechada dos meus pensamentos...
Entro em pânico,
Frenético - grito.
O som aumenta
Começo a suar
Molho de agonia.
O vai e vem do relógio da matriz
Anuncia, iremos para casa.
Fico ensimesmado, rodopio de tédio
Convulsiono-me, caiu estatelado no chão,
Me contorso, e gemo.
O som continua...
Meu grito se abafa, sufoca.
Mistura-se com tudo:
vozes
gritos
ritos
buzinas
carros
e gruas.
Onde me esconder - meu Deus!?
Fugir, indefeso - panóplia escondida
Que se tornou meus medos!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 20/10/2010
Alterado em 08/07/2011