Ao dormir o sono dos loucos, pensei:
Dormindo vou sonhando
O sonho mais intranquilo - diria
Da parca vida - sem viço
Que me entrego - colorido -
Sem alegria...
No negrume da dor insólita - que me invade.
Ao dormir o sono dos loucos, acreditei:
Num ser iluminado, onipresente,
Na flor que reluzia - indecifrável,
Como - lótus encantada,
Na agonia inefável - que me sufoca
Nos abismos profundos dos meus medos.
Ao dormir o sono dos loucos, compreendi:
Somos todos marcados, a sentir,
a dor descomunal,
abissal,
sem
fim
Que nos confere, e comporta:
Naúseas e gritos,
Pesadelos - nefastos,
No eito - por fim.
Ao dormir semi- eternamente, senti,
Sobre o travesseiro leve do vento,
O frescor gélido da morte...tresloucada,
Que suspirava... e lamentava, baixinho,
É hora de partir!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 02/03/2011
Alterado em 08/07/2011