Reservas de Ti...
Hoje, acordei com o corpo gélido de solidão
Coração petrificado em ruínas, vagueia,
Indiferente, a sonata de outono que toca.
Hoje, acordei vazia de mim sob mentiras!
E no desdém, da tarde que sufoca – restou,
Longa e hipócrita espera... de ti.
Hoje, só hoje, percebi em ruínas,
Restos de ti, impropérios d'alma,
Que senti e vivi em noites... nevoentas,
No deserto da traição, incontida,
Que tu, azedas e esmagas...desvelando,
O insosso, e desvalido coração,
Que te pressente, em noites de solidão!
Hoje, só por hoje, me permiti,
Ser algoz de mim mesmo...
P'ra digerir esse turbilhão,
De angústias, mentiras, e decepções,
Que habitas, insistentemente,
À revelia, a esmo, em meu ser!
Hoje, só por hoje, me punirei incompleto,
Nos sinais escabrosos,
Encravados, tatuados,
De tua in (presença) e in (prudência),
No decifrar amargo do tempo...
Da hora intempestiva,
Que titila e canta...
Dores e inconstâncias da mocidade!
Hoje, só por hoje, estarei completo,
E pronto, diria:
Vestido a caráter, suntuoso,
Veloz como o tempo,
A esperar, o beijo frêmito,
Da morte – madrasta,
Que me veste em desalinho,
No descompassar das horas,
Que parte audaz... no prelúdio,
Imortal dos deuses!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 04/03/2011
Alterado em 08/07/2011