Elzana Mattos

Gotas Acesas -  que jorram infinitamente...do meu ser!

Textos


     Oh, morte fria...
Por que me tentas todo dia?
   Será que não vês,
      O quanto sofro?

Oh, morte bendita...
    É chegada a hora,
Do encontro marcado
    À revelia..

Temo não satisfazê-la,
Pois, temendo-a, fujo.

Temo corrompê-la,
Pois, ainda acredito na vida.

Oh, morte fria...
   Por que me confundes?
Deixe-me no abismo da sorte...

 Não quero mais a morte,
Ainda tenho um sopro de vida!

 Oh, morte fria...
    Vai-te altaneira,
Navegue mares...
   Longínquos...
      E deixe-me sorver,
            Esse momento!

Oh, morte fria...
Vás e não olhe para trás.


Lembra-te da estátua de sal
    Que sobrevive...
Na remissiva hegemonia...
A perscrutar um novo porvir.

Oh, morte fria...
Deixe-me e verás que foi engano.


     Tu me queres no afã da dor,
                    Que assola e fenece,
                Em meus pensamentos!

Oh, morte fria...
 Agora, posso dizer-te:
  Serás minha, quem sabe, amante,
        Porém, casto da tua presença!

Eu, que continuo intocável, frio,
   Como um poço...infindo...
      De sensações vitais...
         Em movimento!

     A esperar, quem sabe, um dia,
  O teu beijo gélido e tresloucado,
             A me tocar!

E como um casal... enamorado...
        Em um frémito d'alma,
          Abrir os portais eternos,
                 A me guiar...

Oh, morte fria...
Espere simplesmente,
A hora derradeira!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 26/03/2011
Alterado em 13/06/2012
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