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DEVANEIO IVejo-me em um labirinto de cordas Que entrecortam os meus pensamentos E como anéis, preso agora, No arrebol dos ventos... Solto-me e parto. O vento vai, o vento cai A neblina leve, branca, tênue Molha flores e restos de areia... Não sei se olho, Não sei se exorto, Esse momento... Só sinto elos, chuva. Gotículas orvalhadas A me encobrirem... Não sei se ouço, Não sei se padeço, Só sei que mereço, Esses pingos da hora Hora boa, Hora que canta, Sonhos perdidos... Da aurora que balança Por vezes fria, por vezes longínqua Por vezes leve... E que me abraça Gélida e com mãos pequeninas... No frêmito do relógio do tempo A embalar: Vento, chuva, pingos, hora Que somatizam sensações, lembranças... De tempos áis... Entre cordas, anéis, vitrais E como prisioneiro mor, Revivo, insisto, grito. E, como nau... Agrido e corto O silêncio... Que não cala Dentro de mim Simplesmente!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 01/04/2011
Alterado em 02/07/2011
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