Elzana Mattos

Gotas Acesas -  que jorram infinitamente...do meu ser!

Textos


Decisão...

Como dizia o poeta:

“Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim”.

Pois, está difícil ser eu,
Não posso viver comigo,
Nem posso fugir de mim.

Meu rosto está em toda parte,
Marcado, torpe...
Já não me acho,
No reflexo opaco,
Já não me encontro,
Escuro mártir,
Estou só.
Em meio ao rio...
Rio de mágoas e desenganos!

Não posso estar aqui,
Não posso mudar daqui.

Tenho que fingir!
Tenho que cingir,
Cores e traços,
Desfigurados,
Guardados,
Dentro de mim!

Tenho que fazer à hora,
Na madrugada que aflora,
Assola... a mola que gira,
Gira sem parar...
No labirinto de incertezas;
Devaneios tórridos,
Que agridem palavras,
E o silêncio...
Que demarca,
Esse torpor que me devora!

Não posso viver comigo,
Nem posso fugir de mim.
Só sei que padeço,
No turbilhão das horas...

Na roda viva do tempo,
Que deixa marcas profundas,
Estrias, fissuras...
Tônus opaco,
Que denunciam...
O peso dos anos!

Não posso,
Insisto...
Parto.

E esse momento,
Afinal, acato:
Quem sabe por medo,
Ou ausência de mim!

Não posso,
Ou posso...
Estar aqui!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 25/05/2011
Alterado em 08/07/2011
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