Tic Tac
O pensamento emudece
Com as batidas torpes
Que se espalham
No balaústre
Da varanda.
E o tic tac do relógio - denuncia
A sofreguidão mórbida...
Do coração em cinzas.
O silêncio, por vezes,
Enraíza...
Sensações ignotas,
Nas entranhas lânguidas,
Do caminho que se fecha.
Trêmulos sons cansados,
Por entre vitrais,
E sais de um vazio.
O pensamento emudece
E exala aromas...
Etéreos,
Voláteis,
Incensos...
Ouro,
Prata,
Flores,
E mirra.
No rutilar inebriante,
Do tempo que cintila
Que trescala,
Murmúrios ao vento
Para expandir,
Matéria semi -morta.
O pensamento emudece
No reflexo opaco do corpo se esvaindo...
No fiasco à beira do abismo.
Que outrora reluzia
Ao trepidar do vento,
E da dança das constelações
Em pleno dia!
O pensamento emudece
Ao contemplar à imensidão
Dos mundos...
Da Via Láctea -
Como um Portal frondoso
Transcendente...
A transpirar,
E expirar vida!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 27/05/2011
Alterado em 08/07/2011