Divina Musa
Do céu infinito e cinzento do teu corpo, me recolho,
Redobro-me em fagulhas, que se esparzem, lentamente,
Do meu corpo em penúria, que se esvai e jaz, languidamente,
Em divinas flores secas e ocas - que escolho!
Do horizonte intrépido que desponta em brasas,
O corpo arde em febre, intempestiva, que me privam,
Das delícias da tua pele de ébano que me reclamam,
Em suores imprecisos e gostos de cinzas!
Ah, divina musa que me tortura em chagas,
Que me prende em seus anéis de vidro, proscrito,
E me consome em teu claustro fatídico, em chamas!
Tantas dores partidas e tormentos d'alma, divididos,
Cativo agora, dos teus encantos e feitiços de medusa,
Recobro-me das injúrias, malefícios, dos teus tentáculos, ferinos!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 08/06/2011
Alterado em 08/07/2011