Febre
Diante do chiado miserável da tua boca em febre
Retirei recortes aconchegantes que respingam...
Tédios e mesmices na primavera que me intrigam,
Ao vê-la tão longe do meu mundo que se abre.
Diante do coaxar agônico na lagoa torta,
Rasguei medos e enterrei mágoas do passado,
Para não sofrer avante, loucuras em dobrado,
Afinal, revesti-me de pena e folha morta!
Encontro-me perdido ao som grave,
Ah, quanta tristeza e descaminhos tinha,
Ah, quanta saudade recrudescida em desalinhos!
Noite que me corta intempestiva e lave,
Inexoravelmente m'alma confusa e sozinha,
Lagoa e tédio me consomem em moinhos!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 24/06/2011
Alterado em 08/07/2011