Oh sepulcro que me consome em malhas de aço seladas,
Que me vestem em mortalhas e talhas sujas, sem fundos,
Ressurgir das cinzas que me cobrem em mossas veladas,
Pendões enlamaçadas de morte em cortes profundos!
Oh sepulcro putrefatos na carne que encravas
Verdugos, sortilégios em pragas desalmadas...
Presságios e maus agouros nas noites que entrevadas
Vespeiros humanos em fúnebres passaradas que cavas!
Oh sepulcro e desdita dos anos sob torpores, lentos...
Sinfonias agônicas que ecoam grave sem asas e lamento...
No breu de almas e corpos insanos que não se acabam!
Oh sepulcro de almas sangrentas que se perdem nos ventos...
Cinzel da hora que afugenta fantasmas e sofrimentos...
Caminheiros errantes das mortes que se exalam!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 27/06/2011
Alterado em 19/08/2011