Elzana Mattos

Gotas Acesas -  que jorram infinitamente...do meu ser!

Textos


No céu da gruta da tua boca...

I

Do céu da gruta da tua boca, rio largo...
A pernoitar em tuas margens tão intensas,
Pequeninas contas em lampejo se expressam,
No frescor da hora que pulsa forte e nos abraçam.
Em preces, gritos, delírios e segredos...
Ganidos, uivos, sussurros, que te reclamam,
Rendem-se nas águas em frêmitos,
Para decifrar os enigmas curvos,
A deitarem nas plagas gentis das tuas curvas!

II

Ouve-se então, à flor veludo do campo repousar,
Tão bela e cheia de esplendores...
Vestindo-se de deusa em voual transparente,
A revelar tenacidade - beleza ímpar que fascina,
Pequenina e delicada flor... que encanta - ilumina,
No altar do amor... que tanto... espera...

III

Assim, pede à sombra que te estendas em amplexos n'alma,
Assim, pede-se a proteção da luz do dia... em penumbra leve,
Assim, pede-se às folhas breves para abrigarem os teus ramos,
Assim, pede-se as rosas para enfeitar os campos...
Assim, pede-se o olhar tênue... de... amante...
Assim, pede-se a ânsia da espera... no quarto perfumado!


IV

Na suavidade da seda em linho puro que se desenha,
Tecendo a aurora gentilmente em plumas na hora sombria,
Alimentando assim, o sal da vida...que também espera...
Almas e essências se completam e se rimam....
E a lua... lá no céu brilhante, assisti, em seu esplendor,
Na alcova morna de amantes, o espetáculo divinal,
De corpos e almas... que também... esperam!

V

Iluminam-se em luares imprecisos e aquecem,
O amor em prelúdios...e tendas magistrais,
Em rio largo... que se estende e invade...
E passa - entre nós como meteoros que,
Surgem levemente...
Como chuva de outono,
Cismando... orvalhos e neblinas,
Que assegura a intensidade e a força da luz,
Em raios intempestivos que penetram furtivamente,
Nessa flor que pode ser bondosa suave, mesmo com espinhos,
Nessa flor que pode ser escura e linda como uma noite diamantina!

VI

Assim, Musa que és, desce sob tanto pulcro e encantos...
Sussurrantes momentos em que o Poeta,
Sobre a folha em branco na penumbra e devaneios,
Deitam sorrateiros - versos e versos...
A contemplar e registrar em linhas flutuantes, e etéreas,
À vida, ao amor... para nos dar um canto qualquer,
De intenso e fugazes desejos...
Fragmentos da lua e de luar...
Que desenham e riscam o céu da tua boca,
Carregada de impressões inebriantes...
A entorpecer-me por inteiro sem reservas,
Nos momentos sagrado... em nosso leito!

VII

Assim, espero e fico pronta a esperar...
Os teus beijos quentes e orvalhados...
Na calada da noite - madrugal do poeta,
Que também, gentilmente,
Nos esperam... E só... rio... de novo!...



Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 27/06/2011
Alterado em 27/03/2013
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