Lembro-me...
Lembro-me do teu semblante de deusa em meu veneno...
Da tua pele marfim alaureada de folhas cintilantes e incensos,
Que brincavam em meus terrenos inabitados, áridos em desertos,
Para afugentar intemerato, os meus medos de menino, franzino!
Lembro-me ainda, das sombras nas paineiras e ninhos,
Entreabertas de desejos nas janelas do meu grito...
Da tua pele de ébano a delinear debuxos no infinito!
Numa santa ebulição de águas, corpos e vinhos!
No hálito quente a entoar divinais melodias sem embargo,
Que sorriam leve ao içar na memória ventos e ventanias,
Na luz ofuscante que persistia de ti, a dar-me abrigo.
No frescor da noite em festejos e purpurinas, persigo,
Rememoro lembranças dentro de mim em açoites, ilibadas,
Como um cancioneiro do amor sorrio, por guardá-las comigo!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 29/06/2011
Alterado em 08/07/2011