Chega à tarde...
Chega à tarde chuvosa
em minha casa que tarda...
Lembranças vagueiam absortamente...
Encontro-me só.
E nos retratos na parede, revejo...
E viajo em impressões que sobrepujam indebitamente!
Chega à tristeza,
Choro à tarde...
Que se abre forasteira...
Estou como um cristal despedaçando...
Com o coração em lavas me curvo, emudecido,
Ferido n'alma a seguir em vão, proscrito...
A boca não cala,
e o fel exala...
tristezas...
Sigo vadio... com um rio...
a procurar o seu mar...
Sigo sozinho...
por não tocar...
As mãos da tarde brejeira,
e de novo te abraçar!
Chega à tarde, enfim,
levando rastro de mim...
Inadvertidamente
sigo a caminhar...
sozinho!
No triste fim da tarde,
que tarda leve...
e não senti!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 02/07/2011
Alterado em 27/04/2020