Hortências...mortas!
Diante das escolhas da vida me resguardei em cortes, paradoxal a esperar,
Pétalas desfolhadas se formaram no inconsciente em tempestades que apraz,
E um grito largo açoita lembranças recrudescidas que se desfazem contumaz,
Na sofreguidão sob infortúneos que desfalecem e se instalam a revelar!
Na folhagem que se estende até o infinito dos meus medos insinuar...
A visão se turva num ressonar de folhas decaídas, discordantes que se rescende,
Procuro na ambiência da tarde reencontrar razões e sentidos para continuar...
Porém, sou enlaçado por um golpe voraz do tempo audaz que me prende!
No destino cruel a desvelar segredos passados e jaz em fogo cruzado azais,
Duras penas abocanhadas, reviradas, por algozes em sangue e reais dores,
Espicaçando meu peito, sobretudo em recortes escondidos sob vestais!
Que desenraízo em mormaços insinceros, velhos preconceitos, máscaras abissais...
Duma vida mordaz, enrustida, a defrontar comigo mesmo em defeitos seculares,
Nas entranhas do meu eu, no revés d'alma sob revoltas, dúvidas e medos mortais!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 08/07/2011