Gosto amargo...
Oh que gosto intragável de fel em minha boca,
A deglutir insosso o cálix da vida que se exprime,
No arrebol dos ventos que se espraia fugaz e exime,
Das tentações do corpo que se redime na hora louca!
Oh que gosto amargo de desditas nas charruas e avenidas,
De pobres moços da vida na depravação... incontida...
A consumir o corpo decrépito na hora tosca que revida,
O tremular de vozes em vielas, becos, e noites perdidas!
No refulgir das dores que apossam no fenecer em gritos,
Agruras passadas em torrentes escarlates que se derramam,
Em sangrias torturadas no íntimo d'alma que ora - inflama!
Na dor incauta que se espalha em lodosos rios e prantos...
Ser que és em mutação... ao ressurgir das veredas que proclamam,
Ao atingir o cume mais alto da sua elevação... que brama!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 13/07/2011
Alterado em 14/07/2011