Cova rasa...
Não basta estar na cova rasa dos anos
Com o corpo putrefato, mofado, inerme
A rastejar viandante como pálido verme
Fulminado... irritante... imerso nos veios!
Não basta estar na tumba silente em trevas
Em nebulosos verdugos sob gritos e choros
Que ressoam salmos abrasadores em coros
Nas terras humanas fitando o céu que reservas!
Quando desço e velo ao ver-me na vala retido...
Sob sudário inscrito na lápide gelada que acolhe...
Hora massenta na longitude que resvala, intrigante!
Na cova funda que não cala, sob escombro fétido
Ao receber o corpo leve na morbidez que recolhe
Corpo e espírito que se declaram - repugnante!...
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 14/07/2011