Crisol D'ouro
Ao fenecer a tarde na ardência em crisol velado que humilde separa
Fundir medidas, metais pesados, atados no calor do ferro que espera
Na exatidão da hora que se serve ao tinir estridente, cingindo fulgores
De vultos e seres inanimados emoldurando sentença breve em cores!
No ressoar das forças etéreas que se emanam e unem...
A reluzir em esplendores velados, aveludados, cores dulcíssimas,
Na hora massenta que em brasas, fuligens, se integram e espazem...
Artesão de mãos firmes que em desvelo retine o metal que limas!
Para enfeitar o dorso leve da donzela brejeira, que tanto espera...
A prenda desejada em quimeras, ora esfinge... imantada!
Nas ranhuras da noite silente, aquecer, o ferro em vincos, cortada,
Do ferreiro que madruga e tine sem parar... belo ornato que fulgura!
Em adorno secular do velho estojo que se ajeita e se exprime em vela...
De pouca luz e cadência na florescência do dia que se encerra para ela,
Formas são construídas, aluídas furtivamente nas mãos gentis, que sela
Ao abrigar um sentido de encobrir e ofuscar, a beleza rara da donzela...
Que gentilmente espera pelo cristal lapidado em d’ouros fados!...
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 17/07/2011
Alterado em 17/07/2011