Oh que tarde ensombrada na voz do poeta em langor
A poesia arde sob neblinas para agarrar o verso;
Encontrar abrigo nas palavras que submergem em furor
Hora macilenta em que a tuba se enche ao reverso!
Oh vens viajar nesse éter cristalino que adelgaça, pungente
Ciciar das vagas horas em confronto que arrasa...
Escoar da primavera desafiante, recorrente...
Voejar no infinito ao abrigar em tua casa.
Abriram-se as cortinas e o véu do inconsciente
Quando à noite inda tarda em meus versos...
Ouviram-se ao longe à luz dos ermos se estreitando...
Doces sons de uma pulcra sonata sob violinos que ascende!
Ao mover-se plena e radiosa; numa harmonia sem igual,
No imo d'alma uma voz ressoava aos ventos...
Vigor e maciez estonteante ao alinhar os versos...
Nos píncaros da longa estrada do nada sem termo!
Tendo por paisagem o rubi da noite ao devassar o infinito...
Num pedestal de vestígios; puro traços e riscos...
No crepuscular da hora quase morta na voz dos ermos!
Velando e inundando os motes do verso (poeta);
Nas preguiçosas horas dos ventos...
Quiçá, se abrirá durante o repouso ao relento...
Dos versos incontidos na sua lousa do tempo!
Traduzir do verso sob estrofes inusitadas...
Que se conflitam com tudo que há e exora
Agarrar o verso ápero, comedido ou envolvente
Decifrar universos em palavrório de contas etéreas...
Ao flutuar levemente na visão de quem a explora!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 01/09/2011