Leva-me oh morte desta tosca vida...
Embora, não acredito mais que sobrevivo,
Exauriu-se o meu sangue d'ante dos olhos
Esbarro em prantos quando penso e calo,
Pois, a vida se esvai a cada dia...
Perco-me enfim, em duras penas...
Estive absorto por longos dias na vida,
Perscrutando universos e não mais sobrevivo,
Perdi-me em lamaçais que me cegam os olhos,
Agora inerte, inexato, penso e calo;
No que deixei de fazer e sonhar a cada dia...
Ao reviver incauto sob penugens e penas...
Ao ver-me tão desprovido de vida...
Procuro aconchego no teu colo e sobrevivo...
Das lembranças que fugiram d'ante dos meus olhos
Desaires, habitam sob embustes que penso e calo...
No que deixamos de escrever e viver a cada dia...
Ao arcarmos com o ônus das duras penas!
Hoje, aqui nesse mosteiro longe da vida...
Resguardei muitos lamentos no qual, sobrevivo...
Retirar o fino véu do tempo nos meus olhos
Fadado ao esquecimento que penso e calo;
Aliviar prescrito as dores da carne a cada dia...
Suplício do corpo e d' alma sob triste penas!
O tempo foi passando na tosca vida...
Que escolhi viver no tangir que sobrevivo...
Relembrar o passado que se foi d'ante dos olhos
E, que agora refaço no ato e penso e calo;
Tremular da voz qu' ecoa em tristura a cada dia...
Urdidura de desvelos em inefáveis penas...
Oh Morte! Decidi mudar meus caminhos na vida...
Pois, não posso ficar reteso, porém, penso e calo;
Tirar uma lição: sair ileso destas malfadadas penas!
