Ninguém ouviu o ciciar soturno sob dunas...
Ó alma destroçada que vive amiúde no sofrer
Sofismado, impuro, esconso, na rua do prazer...
A vida não foi senão lousa escura em furnas!
Percorrestes muitos sóis em apuros...
Revestes certos sepulcros em dizeres;
E, morrestes em alto grau sob horrores;
Absorvendo-se do inútil aos mais caros!
Ninguém o enxergou; continuas insatisfeito:
Aviltado, apunhalado e descrente de tudo...
Porém, teu espírito, clama ao mundo!
Ó Piedade! Livra-me do preconceito;
Amontoei dores nefastas em submundo...
E creia: meu clamor é perdulário, profundo!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 09/09/2011
Alterado em 09/09/2011