Duma cadência perfeita em pulcros traços,
Ao declinar motes de apreço e graça,
P'ra alertar o mundo da desgraça,
D'escravidão hedionda e erros crassos!
Homens, mulheres, crianças, escravizados,
Entulhados, feito bichos nos navios...
Empilhados ao morrerem nos mares bravios,
C'o dia e hora marcada, ensangüentados!
C'o olhos vermelhos sob lágrimas salgadas,
Ó poeta gentil! Dos escravos em apuros...
Repousava versos sob martírios nos barcos!
Quão cruel foram tantas almas aviltadas?
Num ardil sem pudor pelos ditos louros!..
Ao mancharem os verdes mares sem rastros!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 01/02/2012