Fervo o frevo do verso feito serpentina
Pula pulula e s'esconde na esquina...
Na multidão de folguedos e brinquedos
N'alegria efêmera dos desejos...
Passam bandas e corais
Foliões em finos ais,
E, uma gentil lembrança...
Jaz o carnaval d'esperança...
No trio da sorte e da fumaça
S'esvai feito nuvem no céu,
Em escarcéu num fino lucivéu...
Passam dias de festança
Soltem-se, libertem-se...
Seja de novo criança...
Ah, mas não se esqueça,
Da dança... Do amanhã...
Que te cobrará...
Um bocado de chuva!
Chuva, por quê?
molhar-se,
lambuzar-se,
partir
curtir
sorrir
florir...
Quem sabe, talvez, no próximo ano...
Terás mais sorte... na calçada... errante...
E, serás feliz... c'mo uma manhã... gentil,
Ao despedir-se da lua...
Ao esperar o sol...
Que também s'escondeu...
Da chuva!
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 25/02/2012