Olhos de Ressaca
Quando olho-te, querida, vago e vago!
Perco-me, em teu olhar, de ressaca, que cora,
Ao desnudar, à pele porcelana, de olhos fechados;
Vendo-te, lasciva, e cruel, indo embora!
Mas, como não sofrer esta dor tão urdida?!
Outrora, fomos cúmplices e amantes,
Doravante, seguiremos separados, nesta vida...
E, não mais ouviremos o prelúdio dos amantes!
Ao ficar, longe longe, dos teus agrados...
Oh! Como dói viver este amor ateu!
Não mais sentir, o trescalar, dos teus cabelos!
Ao deixar-me febril, em cálidos desejos!
Alastrando-se, feito chamas aos ventos, em fogaréu,
E, num átimo apenas! poder tocar, e ouvir estrelas!